Conservatório das Artes e Ofícios
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AHMOP/CAO
Tipo de título
Atribuído
Título
Conservatório das Artes e Ofícios
Datas de produção
1836-03-06
a
1854-04-27
Dimensão e suporte
2 lvs, 1 mç, Papel
Entidade detentora
Biblioteca e Arquivo Histórico da Economia - Secretaria Geral
História administrativa/biográfica/familiar
Até à extinção, pelo Decreto de 7 de Maio de 1834, das corporações de artes e ofícios, eram estas que validavam, através de exames à competência dos candidatos, a formação e o acesso às diferentes profissões da indústria.No âmbito da reforma do ensino levada a cabo por Passos Manuel, e inspirado no Conservatoire des Arts et Métiers de Paris, foi criado o Conservatório de Artes e Ofícios, por Decreto de 18/11/1836, com o objectivo de estender ao ensino das Artes as reformas da Instrução Pública, estabelecidas para a instrução primária pelos decretos de 15 e 17 do mesmo mês. No preâmbulo deste Decreto, argumentava Passos Manuel: "O aperfeiçoamento da Industria Nacional é um elemento indispensavel á publica prosperidade; (...) A creação de um Conservatorio de Artes e Officios, para instrucção dos Artistas, que sirva á demonstração popular das preciosas applicações das Sciencias ás Artes, que excite a emulação, e que mosttrando o estado actual, e comparativo da Industria Nacional, influa poderosamente nos seus progressos, será um monumento duradouro de Gloria para o Reinado de Vossa Magestade, pelos incalculaveis interesses que delle provirão á Nação (...)".O Conservatório de Artes e Ofícios foi, assim, constituído como "um deposito geral de maquinas, modelos, utensilios, desenhos, descripções, e livros relativos ás differentes Artes, e Officios", com o objectivo de ministrar o ensino técnico necessário à formação de operários e ao desenvolvimento da indústria nacional, aplicando conhecimentos científicos ao trabalho prático, através do que hoje se pode considerar uma vertente pedagógica dos estabelecimentos museológicos.O Conservatório deveria ser instalado num edifício público, no qual seriam reunidos, classificados e catalogados os objectos "dispersos pelos Arsenaes, e outros Estabelecimentos Publicos", desde que não fossem neles absolutamente necessários, permanecendo em exposição durante um ano, findo o qual seriam guardados num depósito geral. No Conservatório deveriam também, obrigatoriamente, ser depositados os modelos, desenhos ou descrições de novos inventos, passado o prazo das respectivas patentes. A Sociedade Promotora da Indústria Nacional, fundada em 1822, empenhada no projecto de criação de um espaço congénere, foi convidada a participar, através de uma Comissão consultiva para coadjuvar o Director em todos os assuntos que este considerasse necessário. De dois em dois anos, seria organizada uma exposição pública dos produtos da indústria nacional, nas salas do Conservatório. Por decreto de 20 de Setembro de 1844, o Conservatório de Artes e Ofícios foi integrado na Escola Politécnica de Lisboa, no âmbito da reforma do ensino levada a cabo por Costa Cabral. Em 30 de Dezembro de 1852, foi criado, por decreto régio de D. Maria II, o Instituto Industrial de Lisboa, que continuou as funções daquela Escola.
História custodial e arquivística
O Instituto Industrial de Lisboa foi criado na dependência do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, recebendo, por continuidade de funções da Escola Politécnica, o espólio do Conservatório de Artes e Ofícios de Lisboa, que já tinha sido, por sua vez, absorvido por aquela Escola.
Âmbito e conteúdo
Fundo constituído por correspondência, avisos, circulares, requerimentos do Ministério do Reino.
Sistema de organização
Cronológica.
Condições de reprodução
Reprodução para exposição, publicação e utilização comercial mediante autorização
Idioma e escrita
Português
Instrumentos de pesquisa
Inventário, ficheiro manual.
Existência e localização de cópias
MicrofilmeBobine 3, imagem 464 a bobine 4, imagem 232
Notas de publicação
Referência bibliográficaCOSTA, Mário Alberto Nunes da, «Núcleos do Arquivo Histórico do Ministério das Obras Públicas», in "Boletim Internacional de Bibliografia Luso-Brasileira, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian", 1962, Vol.III (Jan-Mar).