Reais Ferrarias da Foz do Alge
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AHMOP/RFFA
Tipo de título
Atribuído
Título
Reais Ferrarias da Foz do Alge
Datas de produção
1802
a
1849-03-12
Dimensão e suporte
78 lvs, 29 proc., papel
Extensões
2,963 Metros lineares
0 Álbum
Entidade detentora
Arquivo Histórico de Obras Públicas
História administrativa/biográfica/familiar
As Reais Ferrarias da Foz do Alge surgiram como recuperação das desactivadas Ferrarias de Tomar e Figueiró, mandadas encerrar entre 1759 e 1761. Por Carta Régia de 18 de Maio de 1801, dirigida ao Bispo de Coimbra, Conde de Arganil e Reitor da Universidade de Coimbra, o então Príncipe Regente D. João, considerava "(...) a grande necessidade, e utilidade que ha de crear-se hum estabelecimento Público (...) que tenha a seu cargo dirigir as Casas de Moeda, Minas e Bosques (...)", para o desenvolvimento daqueles ramos da indústria, fundamentais para a Real Fazenda e para o bem estar da sociedade. Considerando que José Bonifácio de Andrade e Silva, Professor de Metalurgia na Universidade de Coimbra, nas viagens científicas pela Europa que fizera a mando da Rainha D. Maria I, tinha adquirido vastos conhecimentos e experiência nas áreas das Ciências e da Indústria metalúrgica, bem como da Administração Pública, reunindo condições para o cargo, nomeava-o Intendente Geral das Minas e Metais do Reino, ficando "(...) encarregado de dirigir, e administrar as Minas, e Fundições de Ferro de Figueiró dos Vinhos; e de propor [ao Príncipe Regente] todas as providencias, e regulamentos que [julgasse] necessarios para pôr em acção, o valor produtivo das mesmas Ferrarias. (...)". José Bonifácio de Andrade e Silva deveria organizar e consolidar o ensino da cadeira de Metalurgia na Universidade de Coimbra durante seis anos, findos os quais deveria ocupar-se unicamente da Intendência Geral das Minas e Metais, ocupando-se particularmente das Ferrarias de Figueiró dos Vinhos, localizadas junto da Foz de Alge, bem como da abertura das minas de carvão de pedra. No ano seguinte foi iniciada a reconstrução dos edifícios e foi contratado pessoal para os trabalhos. Entre 1807 e 1809 José Bonifácio de Andrade e Silva suspendeu as suas funções, devido às Invasões Francesas, tendo-se alistado no Corpo Voluntário Académico. Há, no entanto, registos de documentação durante esse período. A Fundição recuperou, depois o seu funcionamento normal, tendo atingido um bom nível técnico, de acordo com um relatório de 1837 do Barão de Eschwege, então Intendente Geral das Minas e Metais (segundo um estudo de António Arala Pinto, in "Indústria Portuguesa", 1947, referido no "Dicionário de História de Portugal"). As minas e a fundição estiveram em laboração até ao princípio do século XX.
História custodial e arquivística
Não se conhece ao certo as circunstâncias da incorporação desta documentação no Arquivo Histórico do Ministério das Obras Públicas, embora tudo leve a crer que o tenha sido juntamente com os outros fundos documentais relacionados, no contexto da continuidade de funções, aquando da criação do MOPCI, em 31 de Agosto de 1852.
Âmbito e conteúdo
O fundo contém documentação relativa à administração das Ferrarias, com vasta informação sobre a contabilidade e a administração de pessoal, bem como às entradas e saídas de produtos e matérias-primas, a edifícios, máquinas, ferramentas, aquisição de terrenos, a inspecções e inquirições, inventários de engenhos, ferramentas, relação de trabalhos executados na fábrica e nos bosques,correspondência, balanços, livros de registo do fiel dos armazéns, avaliações de madeiras, aluguer de fornos de cal, termo de fiança para o exercício de guarda-mor dos bosques, terrenos para viveiro de sobreiros, arrematação de obra de carpintaria e cantaria.
Sistema de organização
Séries segundo a organização original.
Condições de acesso
MicrofilmeBobine 1 a 36
Condições de reprodução
Reprodução para exposição, publicação e utilização comercial mediante autorização
Idioma e escrita
Português
Instrumentos de pesquisa
Inventário online, ficheiro manual
Unidades de descrição relacionadas
Montaria Mor do Reino, Ministério do Reino, Administração dos Reais Pinhais de Leiria, Intendência Geral de Minas e Metais, Administração Geral das Matas, Direcção Geral da Agricultura, Direcção Geral do Comércio e Indústria.
Notas de publicação
Referência bibliográfica